Quando é o fim e a pessoa vai embora.


Em algum momento essa hora chega, todos torcemos para que seja com a morte por mais mórbido que possa parecer, mas ninguém quer um término de relacionamento por traição, brigas ou qualquer outro motivo negativo. A ideia do "juntos até que a morte nos separe" é romântico e idealizado, mas lá no fundo muitos de nós torcemos para que essa ideia se concretize. Crescemos ouvindo histórias de outras pessoas, assistindo alguns casais com várias bodas e os benditos contos de fadas que (é bobo, sabemos) influenciam a nossa visão romântica sobre o relacionamento entre duas pessoas.


O ponto aqui é quando a hora de terminar chega e não é o nosso lado da relação que quer acabar. Vários sentimentos predominam nesse momento, podemos nos sentir injustiçados, incapazes, insuficientes, tristes, deprimidos, enraivecidos e todo um misto de emoções que justificam o processo de luto que se inicia. Sim, é um processo de luto terminar um relacionamento. Esse processo como qualquer outro tem começo, meio e fim, nós precisamos ser fortes para enfrentá-lo e não deixar que ele perdure além do necessário.


Quando falamos de amor, além do conto de fadas, há um lado prático que pouco se comenta. Prático por causa das atitudes que se toma (ou deveria) ao longo do relacionamento amoroso como demonstrar afeto e outras como dizer não, deixar o próprio ego de lado em algumas circunstâncias e deixar a pessoa ir embora.


Sim! Deixar a pessoa ir embora é uma atitude que justifica o amor. Se quem amamos não está bem perto da gente, então que ela seja feliz longe da gente. Isso é uma atitude amorosa: querer a felicidade de quem amamos, mesmo longe. O contrário não justifica o amor: querer a pessoa perto por nossa vontade exclusiva. Isso é narcisista e tem muito pouco do amor que idealizamos dos contos de fada.

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